quarta-feira, setembro 29, 2004

Sem nada pra frente

Parece que terças-feiras não são muito os meus dias. Em geral não estou conseguindo fazer o que pretendo. As segundas passam, mas as terças são cruciais, elas me exterminam. É uma mistura de procura pelas frustrações com permanência na letargia. Uma espécie de inquietação que me manda fazer e refazer o que foi decidido.

Ai, será que isso faz algum sentido? Mas eu me acomodei, de novo, este é o fato. Várias das coisas que eu disse pra mim mesma que faria não fiz. Em certos momentos não me arrependo, nem penso. Aí, sinto que é a decisão correta, não fazer nada. Acho que talvez seja isso que me angustie, o fato de não fazer nada... oficialmente. Porque extra-oficialmente eu faço muitas coisas, mas não da pra fazer tudo. E as vezes nem faço as minhas próprias. Enrolo, enrolo e fico no mesmo lugar.

É estranho mas fico desanimada, sem norte.E no final vejo que não leva a nada! saaaaaaacoooooo

quinta-feira, setembro 23, 2004

A imagem do som

Acho que o post anterior foi uma prévia para este aqui. Eu já tinha pensado emcolocar a foto do Neffa no fotolog e com esse pensamento vim escrever no blog. Mas o que me levou a isso? A musica dele, Prima di andare via.

Acho que nossas vidas são um filme, e como todo bom filme a trilha sonora é fundamental. Eu adoro musica, canções, os ritmos e as letras. Acho que pra tudo na vida tenho uma musica. Isso tem muito a ver poruqe gosto de dançar, e o faço pra tudo. Se estou feliz, danço, se estou triste, danço e por ai vai. Assim, muitas musicas fazem parte da minha trilha sonora. As musicas da família, dos amigos, dos grandes amores, dos pequenos amores, daqueles momentos felizes, de momentos tristes, de lugares, viagens, etc.

Agora esse meu repertorio cresceu e diversificou muito depois da minha experiência internacional. Muitas musicas diferentes me trazem lembranças gostosas do que eu já passei. E essa do Neffa é uma delas. Ela não lembra amores, nem festas, lembra o Ragno D'oro. Esse é o nome do bar onde trabalhei lá em Milão, e adorei muito. Foi super divertido aprender a lidar com as pessoas, tanto os clientes quanto os colegas. Aprender o nome das bebidas, dos drinks, tentando decifrar o sotaque estranhissimo dos italianos quando falam inglês. Ter de deixar de lado meu orgulho, minha mania de "não posso errar", escrever no papelzinho o que eu tinha entendido, mostrar pro 'barista' e perguntar Você conhece algum drink ou bebida que se pareça com isso?.

Eu não peguei muitos problemas de embreaguez nesse bar não. Apenas duas vezes, e com mulher. As mininas beberam ate não poder mais e vomitaram tudo ali mesmo. Eca! O que eu mais via e me agradava era a alegria das pessoas. As pessoas conversando se divertindo. Isso sem falar dos casais nos cantinhos super româmticos do Ragno.

E foi num dia de trabalho desses que eu vi um grupo de amigos super alegre, com uma garota mais alegre ainda. Ela cantava repetidamente a mesma canção "tu sei belissima, ma forse un po' troppo per me" e as vezes seus amigos a acompanhavam. Uma divertida serata com os amigos que cativou em mim o interese pela canção. Talvez por isso ela tenha um ar especial de Itália pra mim. Ou simplesmente por que a música toda é uma grande cantada. Aquela última tentativa da noite de ganhar a dama, no melhor estilo italiano de ser.

ELe diz, prima andare via antes de você ir embora, spero che balli un po' con me espero que dance um pouco comigo. Quer dizer, já não deixou a garota ir embora, uma tática muito usada qui também. E continua, sopra la musica ora il tuo corpo si muove sobre musica o teu corpo se move, può essere l'ultima, buona occasione per me pode ser a última boa oportunidade pra mim di redenzione insieme a te de me redimir com você. Enfim, ele já tinha tentato alguma coisa e a garota não gostou, agora esta tentando remediar. E pra finalizar e joga o tu sei belissima, ma forse un po' troppo per me você é lindissima, mas talvez um pouco demais pra mim se avessi solo un attimo se tivesse só um momentinho cose che ti direi imagina o que eu poderia dizer (bem ele so fala coisas que ti direi, mas eu interpreto dessa forma). Ai, ai, será que alguém resistiria?! Tenho serias dúvidas no meu caso. Quem sabe não seria uma belo fundo para uma cena romântica....

Prima di andare via, spero che balli un po' con me

Sabe quando você sente que está pra mudar muita, mas muita coisa na sua vida? Aqueles momentos em que nada, mas nada mesmo será como antes? Eu me sinto num momento desses. Ao mesmo tempo, sinto como se cada dia fosse um momento desses.

Sabe quando você passa por um momento dificil? Briga com amigo, perde uma vaga de estágio, termina namoro, prova final, comeram o último pedaço do bolo e não foi você? Eu sinto como se estivese passando por um momento desses, mas não exatamente agora. Pra mim é como o mar (ai, que clchê). As vezes têm uma onda que bate, e você sente toda a emoção desses momentos. Depois a onda vai e pronto. Então a dor vai e volta. A lembrança não me deixa.

Tenho frases o suficiente pra escrever um post. Dessas frases de psicologia de revista pra nos animar! "Quem quase vive já morreu." "Nunca é tarde para ser quem poderia ter sido" e por aí vai...

Mas eu sinto que é um momento importante, de construção. Mas também vejo muitos frutos do que já plantei. Minha regra agora está sendo não me violentar. Fazer aquilo que me faz feliz sendo íntegra comigo mesma!! E ao mesmo tempo ser crítica, sem ser carrasca. Tendando ver, reconhecer e evitar um monte de defeitos que eu tenho. Orgulho, inveja, preguiça, falta de atenção, falta de coragem, possessividade, entre outros. Tentando entender e aceitar as pessoas, mesmo que não as compreenda. Tentando aceitar os fatos que a vida nos impõe e não há nada que possamos fazer, a não ser olhar pra frente e caminhar. Aquelas coisas que não podem ser evitadas, pois não se pode prever, não se pode fugir.

O momento também é feito de coisas alegres. Li um email muito lindo hoje! De uma amiga muito querida. No seu email ela expõe todo o amor que possui pela vida e fala das marcas que temos. Na verdade ela pede desculpa àqueles que ela tenha machucado em qualquer momento. Diz que não havia a vontade concreta de fazê-lo, mas que seus atos culminaram nisso. Então, delicadamente, diz que não se arepende de nada e de certa forma é até feliz por tê-las feito. Pois as marcas podem doer quando estão sendo feitas, mas são delas que nós nos construimos. São essas marcas que nós olharemos no futuro. Dessas marcas são feitas nossas vidas e ela estava feliz por ser parte, ou ter feito, muitas das marcas daquelas pessoas citadas. Isso me fez entender, gostar e aceitar minhas proprias marcas.

P.S.:Eu ando sem paciência para escrever em inglês também. Mas desse post não passa