sábado, agosto 01, 2015

Não é bem assim.

Deu vontade de "falar" algo por aqui. Não tinha ideia e encontrei um rascunho antigo, mas bem interessante das minhas aventuras com meus irmãos. Fui filha única até os 14 anos e sempre rogava por irmãos, afinal, "não podia ficar sozinha neste mundo o resto da vida". Foram tantas as preces que meus pais providenciaram mais três crianças de seus novos casamentos. Se por um lado continuo sendo filha única de pai e mãe, por outro tenho o privilégio de ser "irmãe" desses pirralhos únicos, figuras e essenciais na minha vida. O fato de ser irmã muito, mas muito mais velha me permite fazer uma das melhores brincadeiras que tenho. No auge dos trinta e tal a cobrança social por ser mãe é inevitável. Pra dizer um não delicado e mudar o assunto ponho a culpa nos meus pais que já gastaram meu instinto maternal me pondo pra criar os irmãos.
Na época em que tinha facebook (sim, já tenho algo em torno de nove meses sem face) postava histórias curtas com as pérolas dos meus irmãos e o pessoal da minha timeline parecia gostar. Ao menos tinha alguns likes e comentários. As vezes eles soltam umas tão boas que dá vontade de voltar pro face só pra compartilha-las. Acho que este espaço pode servir como essa válvula de escape.

Ia a um restaurante para a despedida de uma amiga que viajaria em intercâmbio. Ouvindo a palavra 'sair' Bia logo se prontificou para ir junto. Nunca a vi resolver exercícios de matemática com tanta rapidez. Estendi o convite a João que obviamente preferiu ficar em casa assistindo a algo. Fomos então para nosso processo de escolher a roupa. Algumas combinações e mexidas no armário depois ela estava se vestindo quando João entrou no quarto. Ouvindo a palavra 'restaurante' JP se prontificou a se arrumar para ir 'jantar no restaurante'. Daí por diante o diálogo foi  seguinte.

- João, você não queria sair e não vamos jantar! Você não vai com a gente, vai ficar em casa com o amigão.
- Então, eu vou chamar meu pai pra encontrar você no restaurante depois pra jantar.
- João, ninguém vai jantar. Vamos encontrar minha amiga lá pra conversar e me despedir que ela vai morar em outro país por um tempo.
- Então, vou chamar meu pai para ir em outro restaurante comigo jantar.
- João, entende uma coisa, você já jantou. Não vai comer mais. Ninguém vai jantar.
- Então eu vou chamar meu pai pra concertar o caralho desse DVD pra gente assistir a um filme!

Nesse momento me agachei pra não cair no chão de tanto rir. Acho que ele se convenceu que realmente não queria sair para não jantar.